Carícias
por Luiz Roberto Londres
Carícias são carícias, mas não são
Carícias plenas se não traduzidas
De gestos vãos em sílabas relidas
Linguagem pura em sons de uma emoção.
Carícias não são feitas pela mão
Pousada, leve, sobre as peles finas;
São quase insinuadas, são neblinas;
Carícias são carícias na intenção.
Em horas tardes, quase matutinas,
Refletem-se as carícias femininas,
Nos mantos que se tombam pelo chão.
E paira no ar um amor sem solidão:
Carícias calmas, quase sucumbidas,
Carícias n'almas, fundas, percebidas.